Conhecido Brasil afora pela efetividade nas categorias de base, o Internacional tem um grande leque de novos jogadores a cada ano. Alguns conseguem ser aproveitados e se firmam, enquanto outros precisam sair para ganhar experiência. O zagueiro Léo Ortiz, novo reforço do Sport, vive um pouco de cada situação. Promovido em 2017, ele chegou no time profissional cercado de expectativa e no início conseguiu se provar, mas com o passar do tempo viu a regularidade como seu principal adversário e passou de titular absoluto a uma das última opções na zaga colorada.
Aos 21 anos - completa 22 nesta quarta-feira -, Léo Ortiz chega no Recife para a sua primeira experiência fora de Porto Alegre. Ele passou por todas as categorias de base do Inter e não à toa tinha muitas referências dos torcedores quando apareceu no time profissional em janeiro de 2017. E logo na estreia, em fevereiro, foi herói ao salvar uma bola em cima da linha e ainda deu uma assistência na vitória contra o Oeste, pela Copa do Brasil. Ali, muitos imaginavam que estava surgindo de fato uma daquelas revelações que iria se provar com velocidade. Ele até conseguiu ser titular em boa parte do Campeonato Gaúcho, mas foi alternando momentos bons e ruins e vendo sua prestígio com a torcida cair.
- Léo Ortiz foi promovido ao elenco principal do Inter no início do ano, com um bom cartaz das categorias de base como um zagueiro de técnica apurada, com boa saída de bola. E ele confirmou isso logo na estreia. A amostra inicial foi suficiente para fazê-lo virar titular da defesa durante todo o Gauchão. Mas não conseguiu se firmar, de fato, alternando atuações seguras com alguns erros pontuais. - conta o jornalista Eduardo Deconto, do GloboEsporte.com/rs.
Para Deconto, que acompanhou de perto o início da carreira de Léo Ortiz, ele é um zagueiro promissor e que ainda precisa ser lapidado.
- Em suma, é um zagueiro técnico, com boa saída de bola e boa velocidade, que vai bem na cobertura nas bolas rasteiras. Tem um pouco de dificuldades na bola aérea (mede 1m85), que é algo a se aprimorar. É um zagueiro promissor, mas ainda a ser lapidado. O Inter aposta que ele possa ganhar bagagem no empréstimo para voltar mais "pronto" pro clube em 2019.
Gol contra e personalidade
Em uma das partidas de Léo Ortiz no primeiro semestre, veio o primeiro grande baque que o colocou na mira dos torcedores. Numa partida contra o Palmeiras pela Copa do Brasil, ele acabou marcando um gol contra e o Inter foi eliminado. A partir dali, a relação começou a ser tensa com as arquibancadas e ele perdeu a posição definitivamente, voltando apenas em ocasiões de extrema necessidade.
Apesar da falha e da pouca idade, foi possível ver uma característica positiva na situação. Léo Ortiz não se escondeu em momento algum e assumiu os erros. Depois de falhar num jogo contra o Juventude, pela Série B, foi para a entrevista e encarou as vaias da torcida ao fundo.
- Ponho minha cara para bater. Não tenho medo. A cobrança é normal em um clube grande. Tenho que me acostumar. Confesso que diminuiu os rendimentos da equipe e o meu, mas sei da minha capacidade. - disse ele na ocasião.
Escanteado
Naquele momento, Léo Ortiz já era reserva no time de Guto Ferreira, mas com o passar do tempo foi perdendo ainda mais espaço. Do dia 25 de julho ao dia 3 de outubro, ele não jogou um minuto sequer pelo Inter e algumas vezes nem apareceu no banco de reservas. Na reta final da Série B, com uma série de lesões dos companheiros, voltou a ter mais chances e acabou jogando cinco dos últimas 10 jogos do time gaúcho.
Ao todo, Léo Ortiz finalizou o ano de 2017 com 31 jogos, sendo que 28 deles como titular do Internacional. Na Série B, foram apenas 13 aparições, contra 12 no Campeonato Gaúcho e seis na Copa do Brasil.
Em busca de ritmo
Outro fato que marcou a primeira temporada de Léo Ortiz como profissional do Internacional foi o pedido inusitado que ele fez em setembro, no auge do seu ostracismo, para participar de jogos com a equipe Sub-23. Na ocasião, como não vinha sendo utilizado pelo técnico Guto Ferreira, não queria perder o ritmo de jogo para o momento que fosse utilizado novamente.
E logo na primeira vez, chamou a atenção. Num amistoso do time Sub-23 contra o Nova Prata, pela Copa FGF, marcou os dois gols da vitória colorada. No profissional, ele ainda não marcou nenhum gol.
Por Lucas Liausu, Recife
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