Contam-se nos dedos os momentos de alegria que o Náutico teve em 2017. As frustrações, no entanto, são várias. Mais uma vez, o Timbu não conseguiu um título - há 13 anos, o clube convive com a seca - como também foi eliminado nas primeiras fases da Copa do Brasil e da Copa do Nordeste. Também perdeu a disputa do terceiro lugar no Estadual para o Santa Cruz. Na Série B, a "cereja do bolo": o rebaixamento à Série C como lanterna. Fora de campo, crise financeira, troca de diretoria e até de presidente.
O GloboEsporte.com traz abaixo uma retrospectiva com os principais momentos (bons e ruins) do ano de 2017 do Sport. Confira:
O grande momento
Assim que Dado Cavalcanti deixou o Náutico e Milton Cruz assumiu, o time conseguiu melhorar. E, entre o Campeonato Pernambucano e a Copa do Nordeste, o Timbu conseguiu engrenar uma sequência de dez partidas com apenas uma derrota. Entre as vitórias, a maior goleada aplicada na temporada - os 9 a 0 contra o Uniclinic-CE, pelo Nordestão - e o triunfo de 2 a 1 sobre o Sport, pelo Estadual, o que derrubou a invencibilidade do rival, além de voltar a vencê-lo, algo que não acontecia desde 2014. Nesta sequência, os alvirrubros enfrentaram os rubro-negros duas vezes. Venceram uma e empataram outra. E pegaram o Santa Cruz, também duas vezes, vencendo ambas.
Primeiro turno sofrível
Um dos fatores determinantes para o rebaixamento foi o primeiro turno sofrível que o Náutico fez. Nas 19 primeiras rodadas da Série B, o time só conseguiu vencer três. A primeira vitória na Arena de Pernambuco, por sinal, foi só na última rodada da primeira metade da competição - a 19ª, contra o Luverdense-MT. No final do primeiro turno, já pipocavam os prognósticos de que a Série C era inevitável.
Surgiu, se destacou e foi embora
Não existem dúvidas quanto ao maior destaque do Náutico neste ano. Erick, atacante de apenas 19 anos, teve um início fulminante no Timbu. Promovido ao elenco profissional em janeiro, logo após a eliminação do Timbu na Copa São Paulo de Futebol Júnior, o jogador rapidamente assegurou a vaga de titular e não demorou muito para se destacar. Em 39 jogos disputados pela equipe, marcou nove gols. Vivendo uma crise financeira, a diretoria viu no camisa 33 a oportunidade de fazer caixa. Assim, em setembro, o negociou com o Braga-POR.
Principal aposta não deu certo
Após seis anos no Santa Cruz, onde foi um dos principais personagens do ressurgimento coral - conqusitou quatro Estaduais, uma Copa do Nordeste e três acessos - Tiago Cardoso foi anunciado com status de grande contratação pelo Náutico. Só que o goleiro não conseguiu ter boas atuações com a camisa alvirrubra e sempre foi contestado pela torcida. No meio da Série B, ele deixou o clube alegando insatisfação e problemas pessoais. Ao todo, fez 32 partidas e sofreu 37 gols.
Troca de presidente, de diretoria e salários atrasados
No meio de uma crise financeira, o Náutico sofreu com a insatisfação dos atletas desde o início da temporada. Logo após a eliminação no Campeonato Pernambucano, o elenco paralisou as atividades. No mesmo dia, a diretoria de futebol do clube foi totalmente modificada e, a partir dali, tentou-se diminuir a folha salarial para que a situação ficasse mais confortável e os salários pudessem ser pagos em dia. Porém, a crise política continuou. Tanto é que o presidente Ivan Brondi pediu para se afastar do cargo. Foi substituído por Gustavo Ventura, então presidente do Conselho Deliberativo, que também se afastou depois - hoje, Ivan Pinto da Rocha é o presidente em exercício. Só que, em 2018, Edno Melo - eleito como candidato único em eleições antecipadas - assumirá o clube.
Outra revelação surge
Com a saída de Tiago Cardoso, Jefferson, cria da base do Náutico, assumiu o posto de titular. No geral, conseguiu dar conta do recado e em alguns jogos - como na derrota de 1 a 0 para o Internacional - se destacou. Tanto é que, mesmo com a chegada de Busatto, a titularidade dele não foi abalada e, no fim da temporada, o camisa 1 renovou seu vínculo até o final de 2019. Será o goleiro titular no início do próximo ano.
O grande jogo
Pela Série B, o Náutico já não tinha tantas chances de permanência. O caminho para a Série C estava praticamente trilhado, mas, como um bom rival, o Timbu fez questão de complicar o caminho do Santa Cruz. Os corais eram adversários diretos na briga contra o rebaixamento e, no "clássico dos desesperados", em pleno Estádio do Arruda, o Timbu venceu de virada e com direito a hat-trick do atacante William.
As partidas para esquecer
A primeira grande decepção do Náutico foi perder para o Sport nas semifinais do Campeonato Pernambucano e não chegar na final. Se cair diante de um rival já é ruim, o script foi sofrível. Na primeira partida, o Timbu vencia até os 45 minutos do segundo tempo, mas o atacante Juninho marcou duas vezes e virou para 3 a 2, na Ilha do Retiro. Outra simbólica foi a diante do Londrina-PR, na Arena de Pernambuco. Ali, o rebaixamento para Série C se consolidou.
Desabafo de Anselmo
Os personagens que estiveram no Náutico se envolveram em várias polêmicas ao longo do ano. Foram várias declarações fortes, como a do técnico Roberto Fernandes para o atacante William - na oportunidade, o treinador fez outras revelações. Mas uma das mais marcantes foi a do atacante Anselmo. Na ocasião, ele falou dos problemas financeiros do clube e disse que não era ambiente para trabalhar.
Por GloboEsporte.com, Recife
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